Manifesto Democracia Verdadeira, Já! (#Assembleia.Aveiro) Quem Somos? Somos pessoas comuns – cidadãos e cidadãs, mulheres e homens, trabalhadores e trabalhadoras, migrantes, estudantes, pessoas desempregadas, reformadas, habitantes deste mundo – com ideias plurais, mas unidas pela indignação perante a actual situação política e social sufocante que nos recusamos a aceitar como inevitável. Não representamos nenhum partido político nem nenhuma associação. Somos um grupo auto-organizado e aberto, unido pelo desejo de mudança. Alguns de nós são activos, outros são mais conservadores. Uns são crentes, outros não. Alguns têm ideologias bem definidas, outros consideram-se apolíticos e apartidários. Mas todos estamos preocupados e indignados com o panorama politico, económico e social que temos à nossa volta.
Com a corrupção dos politicos, dos empresarios, dos gestores e dos banqueiros. Somos pessoas anónimas. Mas sem nós nada disto existiria, porque nós movemos o mundo. Porque fazemos isto? Estamos aqui porque queremos uma nova sociedade que dê prioridade à vida sobre os interesses económicos e políticos. Defendemos uma mudança na sociedade e na consciência social e cívica. Pensamos ser necessária uma Revolução Ética. Actualmente o dinheiro vale mais do que as nossas vidas, quando deveria ser, simplesmente, um meio de promover o nosso bem-estar. Somos pessoas, não produtos do mercado. Estamos aqui também por solidariedade uns com os outros. Para discutir, em conjunto, e para apresentar propostas para os problemas quotidianos. Estamos aqui para colaborar na promoção de uma maior consciência e poder populares. O que tem falhado? O sistema capitalista e a inexistência de democracia verdadeira. Nós fazemos parte da engrenagem de uma máquina destinada a enriquecer uma minoria que ignora as nossas necessidades. O obsoleto e antinatural modelo económico vigente bloqueia o sistema social, numa espiral que se consome a si mesma, enriquecendo uns poucos e empurrando os demais para a pobreza e para a escassez. Até ao colapso. O actual funcionamento do sistema económico e governamental não atende às prioridades sociais e tem sido um obstáculo para o progresso da humanidade. A vontade e a finalidade do actual sistema político e económico é a acumulação de dinheiro, colocando-o acima da eficácia e do bem estar da sociedade, desperdiçando recursos, destruindo o planeta, gerando desemprego e pessoas infelizes. A acumulação do poder em poucas pessoas gera desigualdade, crispação, destruição de valores e conduz à exploração do Homem pelo Homem. E a Democracia ? /povo + governo/ «Tudo se discute neste mundo (…) mas não se discute a Democracia (…). A Democracia em que vivemos é uma Democracia sequestrada, condicionada, amputada (…). O poder de cada um de nós, o poder dos cidadãos, limita-se – na esfera política – a tirar um governo de que não se gosta e a pôr outro de que, talvez, se venha a gostar (…). Mas as grande decisões são tomadas numa outra esfera. E todos sabemos qual é. As grandes organizações financeiras internacionais. O FMI, a OMC, os Bancos Mundiais, a OCDE. Nenhum desses organismos é democrático. Eles que, efectivamente, governam o mundo, não são eleitos democráticamente pelo povo. Onde está, então, a Democracia? (José Saramago). A Democracia verdadeira não existirá enquanto o mundo for gerido, desta maneira, por uma ditadura financeira. O resgate assinado nas nossas costas com o FMI e a União Europeia sequestrou a Democracia e as nossas vidas. A Democracia que temos representa o fim dos direitos dos cidadãos, o silêncio e a desinformação, graças aos meios de comunicação geridos e manipulados pelos interesses e pela demagogia dos seus verdadeiros donos: os banqueiros e os politicos. A política não tem de enriquecer os politicos porque é para o povo e pelo povo. A Democracia tem de ser mais que isto. Não pode ser apenas esperar que os outros façam por nós, decidam por nós sobre todas as coisas e, principalmente, sobre o nosso futuro. A Democracia não pode ser ter apenas paciência face às acções dos políticos. A história deu e mantém exemplos tanto do funcionamento do sistema democrático pela exploração do indivíduo, como pela supremacia do poder do povo. É este último que defendemos e buscamos. O Que (não) queremos? Queremos assumir o controlo das nossas vidas e intervir efectivamente em todos os processos da vida política, social e económica. A exemplo de outros países pelo mundo fora, como a Islândia, não aceitaremos hipotecar o presente e o futuro por uma dívida que não é nossa. Rejeitamos que nos cortem os salários, as pensões e os apoios que nos são devidos pelo nosso trabalho, enquanto os culpados desta crise são poupados e recapitalizados. Não queremos ter de escolher (sobre)viver entre o desemprego e a precariedade. Não queremos a privatização dos nossos serviços públicos. Queremos tomar as rédeas da nossa história, do nosso presente e decidir o nosso futuro! O que propomos? Propomos a Democracia feita pelo povo. Uma Democracia que ultrapasse o acto de votar e de, através desse voto, conceder, durante uma legislatura, a autoridade máxima aos políticos. Propomos que as pessoas tomem parte dos procesos de tomada das decisões que afectem as suas vidas e os seu futuro. Propomos que as pessoas se consciencializem dos seus direitos e dos seus deveres, que os discutam entre si de forma livre e aberta, que se organizem para reagir e actuar. Propomos que as pessoas se juntem nas ruas e nas praças de cada bairro e cidade para que, juntos, possamos discutir e partilhar ideias para encontrar soluções e mudar de vez as regras viciadas deste jogo, de que nos querem reféns. Isto é apenas o principio. Juntos Podemos!
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